Uma palavra mal dita pode causar mais dores que uma facada. E isso não é figura de linguagem, acontece em seu cérebro! A relação é tão profunda que já foi objeto de pesquisa pelo mundo. Naomi Eisenberger, da Universidade da Califórnia em Los Angeles (EUA), deu início a uma pesquisa buscava os sentimentos causadores de dor em 2000. A rejeição estava na lista.
Para chegar às reações cerebrais ligadas à rejeição social, ela usou um jogo de computador. Três pessoas jogavam uma bola entre si, cada um em um ambiente fechado, e elas acreditavam estar jogando uma com as outras quando na verdade jogavam com o computador. Em determinado momento, o computador parava de jogar a bola para o indivíduo, gerando irritação e até gestos de revolta.
Um scanner de ressonância magnética funcional gravou a atividade cerebral dos voluntários. Quando eles começaram a não receber a bola, houve um aumento no córtex cingulado anterior dorsal (DACC, na sigla em inglês), parte importante da “rede da dor” do cérebro. Quanto mais forte e angustiante foi a sensação de rejeição, pior ficou o indivíduo e maior foi a atividade nessa região cerebral. E estamos falando apenas de um jogo de computador.
Transferindo isso para a vida, temos a dor de pessoas rejeitadas pelos pais, por colegas em ambiente escolar ou de trabalho, que passam por forte frustração amorosa, que não são aceitas pela sociedade e por aí vai. Inúmeras são as formas de se sentir rejeitado, e o resultado não é nada interessante para a pessoa que houve as palavras duras. A dor é semelhante a de uma lesão.
Ethan Kross, da Universidade de Michigan em Ann Arbor (EUA), estudou a rejeição amorosa. Foram estudadas 40 pessoas que tinham passado por um fim de relacionamento recente. Elas viram fotografias de seus ex-parceiros e foram estimuladas a pensar nas razões do término do relacionamento ao mesmo tempo em que um scanner de ressonância magnética captava a atividade cerebral. Na sequência, elas receberam um choque doloroso de calor nos antebraços, o que permitiu a comparação da atividade cerebral associada com as duas situações: dor física e dor de “coração partido”.
Houve ativação no DACC e na ínsula anterior nos dois casos. Mas as reações foram além. Houve também atividade acentuada nos centros sensoriais do cérebro, que refletem o desconforto físico que acompanha uma ferida. Ou seja, sentir-se rejeitado realmente pode provocar dor.
Saber destes dados é importante para buscar auxílio. Não precisamos ficar com as marcas de palavras dura ou de rejeição. Isso deixa nosso corpo mais susceptível a dores e doenças, nos torna mais vulneráveis. Há diferentes caminhos, um deles passa pela microfisioterapia, técnica que busca a causa de nossos males registrada em nossas próprias células. Trate das feridas da alma e alivie a sua dor física.